Francisco Brennand (1927) é um
artista plástico brasileiro. Ceramista e pintor, é um dos maiores escultores do
país, com obras espalhadas em todo o mundo.
Francisco de Paula Coimbra de
Almeida Brennand (1927) nasceu nas terras do antigo Engenho São João, no bairro
da Várzea, na cidade do Recife, Pernambuco, no dia 11 de junho de 1927. Filho
de Ricardo de Almeida Brennand, descendente de Edward Brennand, que veio para o
Brasil proveniente de Manchester, na Inglaterra, e de Olímpia Padilha Nunes
Coimbra, desde cedo revelou seu talento para as artes.
Em 1937 foi estudar no Rio de Janeiro
onde permaneceu interno no Colégio São Vicente de Paula, em Petrópolis. Em 1939
retornou ao Recife e ingressou no colégio Marista. Em 1942 começou a trabalhar
na Cerâmica São João, fundada por seu pai, em 1917, nas terras do antigo
engenho, onde recebeu orientação do escultor Abelardo da Hora, então empregado
da cerâmica.
Em 1943, Francisco ingressou no
Colégio Oswaldo Cruz, onde conheceu Deborah de Moura Vasconcelos, sua futura
esposa, e travou amizade com Ariano Suassuna, seu colega de classe. Nessa
época, ilustrava os poemas que Ariano publicava no jornal literário do colégio.
Em 1945, começou a receber orientação do pintor e restaurador Álvaro Amorim, um
dos fundadores da Escola de Belas Artes de Pernambuco, que havia sido
contratado por seu pai para restaurar algumas obras da coleção de João Peretti
adquirida por ele.
Entre 1945 e 1947 estudou com o
pintor Murillo La Greca. Em 1947 recebe seu primeiro prêmio de pintura do Salão
de Arte do Museu do Estado de Pernambuco, com a obra “Segunda Visão da Terra”,
uma paisagem inspirada nas terras do Engenho São João. Em 1948 recebe o prêmio
e uma menção honrosa por seu autorretrato com “Cardeal Inquisidor”, inspirado
no retrato do cardeal inquisidor, Dom Fernando Nino de Guevara, de El Greco.
Ainda em 1948, casa-se com Deborah
e no ano seguinte, convencido pelo pintor pernambucano Cícero Dias, que morava
em Paris, o casal embarca para Europa, onde Brennand estuda pintura com Fernand
Leger e Andre Lother. Em 1950 vai para Barcelona, onde descobre a arte de Gaudí.
Em 1951 retorna ao Brasil, mas logo está de volta a Europa, para aprofundar as
técnicas da cerâmica, iniciando um curso na província de Perúgia, na Itália. É
o início de sua experiência com esmalte cerâmico e queimas em temperaturas
variadas.
Em 1954, Francisco Brennand realiza
seu primeiro grande painel na fachada da fábrica de azulejos da família. Em
1955 participa da II Bienal de Barcelona. Em 1958 inaugura um mural cerâmico na
entrada do Aeroporto Internacional dos Guararapes, no Recife. No ano seguinte,
participa da V Bienal de São Paulo, com três telas. Em 1961 inaugura o mural
“Batalha dos Guararapes”, para uma agência bancária do Recife, e o
mural “Anchieta” para o ginásio Itanhaém ( hoje a EE Prof.Jon Teodoresco), em
São Paulo.
Em 1971, o artista começou a
reconstruir a antiga fábrica de telhas e tijolos da família, fechada em 1945,
dando início a um colossal conjunto de esculturas, a “Oficina Brennand”. O
local que foi recriado com elementos da arquitetura da antiga fábrica e cercado
por jardins de Burle Marx se transformou em museu-ateliê do artista reunindo
mais de 2 mil obras de cerâmica, grande parte dispostas a céu aberto, é hoje um
importante ponto turístico da cidade do Recife.
Francisco Brennand possui cerca de
80 obras entre murais, painéis e esculturas exibidas em prédios públicos e
edifícios particulares espalhados na cidade do Recife, e em outras cidades do
Brasil e do mundo, como o mural cerâmico da sede da Bacardi em Miami, com 656
metros quadrados. É de sua autoria as 90 obras expostas no monumental “Parque
das Esculturas”, construído no ano 2000, sobre um arrecife natural localizado
em frente ao Marco Zero, em comemoração aos 500 anos do Descobrimento do
Brasil, que se tornou importante ponto turístico da cidade do Recife.
Fonte: https://www.ebiografia.com/francisco_brennand/,
acesso em 19/09/2017.